quarta-feira, 6 de junho de 2012

Agora eu sou criança

Agora eu sou criança. Eu tenho sonhos, prazeres nos sonhos: Astronauta, Marte. Talvez Júpiter. Um, dois, cem. Aprendi a contar até cem, só não sei o que vem depois do cem: cem e um? Meu avô só me ensinou a contar até cem. Ele me levava até o parapeito da janela e contava todos os números, um por um. Até cem. Teve um dia que ele parou de contar. No cem.
Eu  não tenho muita noção de tempo. Não sei quando é terça. Não sei quando é quinta. O que é terça? Mas não importa. Eu vivo meu próprio mundo. Eu conheço minha vida. Só sei que quando fica escuro e eu não consigo mais enxergar o sol, é hora de domir. Mas fico alerta. Sempre coberto. Protegido do Bicho Papão e da Cuca.
Eu consigo ver coisas boas em tudo: na chuva, na poltrona, no supermercado. O braço do sofá me leva ao infinito. Um salto é um risco. O braço do sofá é meu cavalo. Bom dia! Xerife na área. Meu cavalo também é alado. O nome dele é Pegasus. Eu vi isso num filme, mas não me lembro qual.
Esqueci de falar que eu vou pra um lugar onde tem um monte de criança. A gente senta em umas cadeiras e foramamos uma roda bem grande. Em uma parte da roda tem uma mulher. Ela se chama Professora. Mas acho que ela não é criança. Tem uma garota. Ela se chama Melissa. Eu fico esperando o dia inteiro para ver a Melissa. Mas é engraçado, eu não consigo falar com ela. Eu fico com frio.
Eu não falo muito. Eu não falo pouco. Eu só não gosto de conversar. É porque sou muito eufórico. Embolo muito as frases.

 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Publicitários Criativos nº 1 - Nissan March

 

 Nesse comercial, existe uma jogada muito inteligente e provocativa à concorrência. Ele anuncia o carro March, da Nissan. O March foi eleito O Melhor Compacto de 2012. Fazendo referência à essa eleição, há uma jogada provocativa à concorrência. É dito, no comercial: "Você prefere um vice, ou um campeão de verdade ?". Claramente é uma provocação à concorrência, pois quem ganhou o prêmio foi a Nissan, não a concorrência.

Mafalda é Mafalda












 Mafalda é uma personagem criada pelo argentino Quino, nos anos 60. Com sua inteligência, Mafalda questiona, pensa e reflete sobre o mundo, deixando muitas vezes os leitor capaz de relfelit algo além do senso comum.

Na tira, Mafalda e seu amigo Filipe conversam, e logo no primeiro quadrinho, a fala de Filipe mostra seu olhar conformista e pouco questionador. Mafalda não gosta dessa fala, e responde à Filipe com ironia, Filipe não dá a mínima para a Mafalda e sai andando. Nos quadrinhos seguintes, há uma crítica.

Acrítica presente nessa tira, é sobre a ingenuidade da população em geral. Porém é uma ingenuidade que torna as pessoas ignorantes e as impedem de enxergar o mundo. É uma ingenuidade boa para os governos, que desejam esconder o que acontece por trás do que é dito.

Há uma crítica, também à falsidade e ao discurso pacífico (entre aspas) das autoridades governamentais, que querem que a população acredite em tudo o que é dito.



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Gita - Raul Seixas: "eu sou a luz das estrelas"

"- Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando,
foi justamente num sonho que ele me falou:


Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado,
Não falo de amor quase nada,
Nem fico sorrindo ao teu lado.


Você pensa em mim toda hora.
Me come, me cospe, me deixa.
Talvez você não entenda,
Mas hoje eu vou lhe mostrar.


Eu sou a luz das estrelas;
Eu sou a cor do luar;
Eu sou as coisas da vida;
Eu sou o medo de amar
.
Eu sou o medo do fraco;
A força da imaginação;
O blefe do jogador;
Eu sou!... Eu fui!... Eu vou!...


Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!


Eu sou o seu sacrifício;
A placa de contra-mão;
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição.


Eu sou a vela que acende;
Eu sou a luz que se apaga;
Eu sou a beira do abismo;
Eu sou o tudo e o nada.


Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da água e do ar!


Você me tem todo dia,
Mas não sabe se é bom ou ruim.
Mas saiba que eu estou em você,
Mas você não está em mim.


Das telhas eu sou o telhado;
A pesca do pescador;
A letra "A" tem meu nome;
Dos sonhos eu sou o amor.


Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo;
Eu sou a mão do carrasco;
Sou raso, largo, profundo
.
Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!


Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão;
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão.


Eu!


Mas eu sou o amargo da língua,
A mãe, o pai e o avô;
O filho que ainda não veio;
O início, o fim e o meio.
O início, o fim e o meio."

Eu sou o início,
O fim e o meio.
Eu sou o início
O fim e o meio.


Gita é uma emblemática música composta pelo mestre Raul Seixas em conjunto com seu amigo Paulo Coelho. 

O que se conta sobre a música é que Raul Seixas lia um livro de Bhagavad Gita, um guru do hinduísmo, e adormeceu. Quando acordou, começou a escrever a letra.

A primeira frase da música é a principal, pois é ela que permite que se entenda o contexto da própria música:  
          
                " - Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, 
                    foi justamente num sonho que ele me falou:"

Obviamente, entende-se que a música não é proferida PELO eu lírico, mas sim PARA o eu lírico: "[...] foi justamente num sonho que ele me falou:" Assim, praticamente confirma-se a idea de que a música foi escrita após Raul acordar, pois foi em um sonho que algúem falou para ele.

A doutrina hinduísta é baseada do panteísmo, ou seja, Deus está presente em todas as coisas da natureza, inclusive no próprio homem. E é isso que é dito em toda a música:

             "Eu sou a luz das estrelas;
              Eu sou a cor do luar;
              Eu sou as coisas da vida; 

        
             [...] 


              "Eu sou a vela que acende;
               Eu sou a luz que se apaga;
               Eu sou a beira do abismo;
               Eu sou o tudo e o nada.


             [...]

              Você me tem todo dia,
              Mas não sabe se é bom ou ruim.
              Mas saiba que eu estou em você,
              Mas você não está em mim [...]".


Assim fica fãcil compreender esta estrofe:


             "Você me tem todo dia,
              Mas não sabe se é bom ou ruim.
              Mas saiba que eu estou em você,
              Mas você não está em mim"


Como o pantísmo prega a ideia de que deus está em tudo, é dito: "Mas saiba que eu estou em você", ou seja, deus está dentro até dos homens. Após isto, é dito: "Mas você não está em mim", porque deus está no homem, mas o homem não está em deus, pois deus é algo muito maior que o homem.


Enfim, analisando desta forma, seria Gita algum tipo de crítica à imposição "por baixo dos panos" da tradição cristã? O hinduísmo é considerado uma sub-religião, no Brasil, porém, a Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa, mas ainda assim, há o predomínio cristão.

Essa seria uma forma de anlisar. Muitos irão descordar. Mas em uma coisa todos concordam: a música fala de deus. Já que, o que mais podeira significar "Eu sou o início, o fim e o meio." ?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Vampiros no espelho

Passei dias e noites
pensando como as coisas acontecem,
pensando por que as pessoas morrem mais rápido
do que crescem.

Pensando que quando a gente sente a forte brisa fria do vento
A gente mente, diz que sente frio quando está com calor,
anuncia a vinda da chuva e reclama da má companhia
de domingo à noite.

Eu devia esclarecer que não estou satisfeito
com a sociedade atual, com o mundo intelectual e
com a minha mente astral.

Meus pensamentos continuam indiferentes,
apesar de eu não estar doente,
apesar da minha boca estar cheia de dentes,
apesar de eu estar contente vendo o pôr do Sol.

Se o mundo não me permite, eu permito.
Se as pessoas não me permitem, eu permito.
Mas se as palavras não me permitem, eu choro e depois
morro.

terça-feira, 27 de março de 2012

A Juventude dos Jovens

Será que nós, jovens, perdemos nossa juventude? Onde foi parar nossa sede de revolução? O que se passa na cabeça do novo jovem quando o assunto é política? Em relação à música, por que houve tamanha mudança no cenário musical atual, comparado aos anos 60, 70 e 80?
Não necessita-se uma visão nostálgica dos períodos em que a revolução política esteve ligada diretamente com os movimentos populares, pois não se deve ter nostalgia da tortura, da repressão e da morte de milhares de pessoas que só queriam LIBERDADE. Mas, nos dias de hoje, a juventude está muito conformista, conformista a tal ponto, que nem as corrupções escandalosas no plenário, nem as mortes em hospitais por falta de leitos, nem a educação precária na maior parte do NOSSO PAÍS e nem a perda de vidas para o crack e o descaso mascarado das autoridades em relação a isso, faz o jovem querer mudar o que está acontecendo.
Esse conformismo todo foi, em parte, causado pela massificação do capitalismo.
Por que?
Ora, o capitalismo fez com que cada pessoa só visse ela própria, só visse seus problemas. Se algo revoltava foi porque esse algo aconteceu com a própria pessoa, não com o próximo. Não leve isso como crítica ao capitalismo ou aos jovens, pois os jovens (da atualidade) foram inseridos nesse contexto social indiretamente, ou seja, cresceram formando atitudes próprias do contexto em que foram inseridos: atitudes egoístas. Uma exemplificação disso: nem metade dos alunos de uma escola cara, qualquer, do bairro do Morumbi, sabe que enquanto seu papai te deixa em frente a escola, com seu carrinho importado, crianças na Amazônia têm que andar quilômetros e quilômetros, de suas casas até o rio mais próximo, para então subir num bote e enfrentar, pelo menos 1 hora de travessia pelo rio, para chegar, enfim, a escola; isso, duas vezes por dia. De novo digo: não é uma crítica ao jovem em si.
Outra exemplificação do conformismo total da juventude, pode ser vista nas músicas jovens, que falam basicamente sobre um amor erotizado, ou no máximo dizem que o mundo está ruim e não se pode fazer nada para melhorá-lo. Mas não se pode deixar de citar, que o dinheiro está 100% envolvido nesse processo de "modificação" da música jovem, afinal o que trás mais dinheiro é o que será imposto. Para compensar essa precariedade de ideologia, ainda é preciso se utilizar de músicas de gerações anteriores para receber algum tipo de informação, infelizmente.
É claro que tudo isso não passa de uma generalização. Ainda existem pessoas que se preocupam com os problemas que existem no mundo e sabem que ficar parado não ajuda em nada.
Os jovens não perderam a juventude, foi a juventude que se perdeu dos jovens ,ou ela apenas mudou.


sexta-feira, 9 de março de 2012

Metáfora do barquinho de papel

A vida, como um barquinho de papel, é frágil. Não há certeza de quanto tempo durará, nem se durará o tempo suficiente para chegar ao outro lado.
Mas se você souber como montar, passar por todas as etapas até a conclusão final, você pode ter certeza de que seu barquinho estará pronto para passar por qualquer desafio, qualquer barreira que o impeça de ter uma viagem tranquila. 

Essa é a metáfora do barquinho de papel.